quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Quero uma polaroid interna,

Momentos. Momentos. Momentos. Se meus olhos fossem câmeras em alta definição, ah... Mas não. Na minha memória, não os mais belos, os mais fortes. Não a perfeição, mas os defeitos, os erros. Nós podíamos sim ter uma memória seletiva. Guardar o pôr-do-sol e esquecer a desgraça alheia. As perdas, os danos, os "erros de fábrica", esses sempre chamam mais atenção. É claro que os risos, as vezes sem intenção quem apaga da nossa mente é o álcool, os beijos, as pessoas. Nós nem lembramos. O gosto do nosso primeiro chicletes ou picolé. Mas sempre tem aquela lembrança do gosto de sangue de quando caiu o primeiro dente. O primeiro filme, que nada, na nossa cabeça só os mais desastrosos e medonhos, aqueles que encalacram em nós. Como uma cola permanente lembramos da primeira desilusão amorosa, das primeiras promessas quebradas, e daquela amiga filha da puta que nos traiu... O gosto da couve que nossa mãe nos obrigou a comer. Mas a gelatina e o primeiro namorado ficam no fundo, estão ali, mas invisíveis, imperceptíveis a nós. Como tudo o que é bom.

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