sábado, 25 de dezembro de 2010

Feliz natal, solitário, feliz natal.

Eu passo em frente ao bar: cheio...
Eu não entendo o porque, natal é família, é ceia, é presente.
Cinco anos depois eu paro em frente ao bar. Eu entendo.
Entre a solidão e a companhia de uns bêbados, eu escolho a segunda.
- Uma cerveja.
Eu rio, eu bebo, eu canto, e dali a pouco eu já não controlo minhas ações, a vodka sim.
No dia vinte e cinco: nada mais de crianças, filhos e esposa. 
Amigos. Eu sinto falta, mas, mas... mas eu compenso. Não é díficil. É, na verdade, mas isso não muda nada. Agora eu vivo sozinho e passo os natais no bar.
Mais alguns anos eu estou na mesma rotina...
Eu rio, eu bebo, eu canto, e eu acho uma das solteiras beberronas e levo-a prum canto. Na cozinha, atrás do frezeer, em cima do frezeer.
Ela engravida. De mim. Novidade: Família. Mais uma.
Os nossos natais começam a ser passados em casa. Em frente ao bar, quando vemos aquilo que costumávamos fazer e julgamos.
Não entendemos o porque, o natal é família, é ceia, é presente.
Eu olho aqueles caras que costumavam me carregar pra dentro do carro e que cessavam minha solidão, o garçom que trabalha ali desde que se tem notícia e também o dono do lugar.
Eram amigos, companheiros, sozinhos, solteiros. 
Agora estranhos que eu repugno e não quero que tenham qualquer tipo de contato com meu filho, afinal... que lição eu estaria passando?
Os natais sorriem pra mim, e pra minha mulher e pra minha ex-mulher e pra minha carroça de filhos.
Eu passo em frente ao bar.
O natal também sorri pra eles, ou ao menos era assim na minha época, na nossa época.
O melhor presente que ganham é uns aos outros, e eu perdi isso, ou ganhei isso lá, sobre o refrigerador... Eu não sei, eu esqueci, não quero lembrar.
A gente vai à casa da minha sogra, ela sorri, o papai noel chega e o pequenino tem medo. Ele chora, e eu tenho medo de ele ser triste, de eu estragar algo, de eu não ser capaz de cuidar de uma criança, de eu não saber fazer nada.
De eu só prestar para natais em bar.
- Licença.
Na esquina eles, sorrindo, me esperando, com a cerveja, a vodka, a tequila e o conhaquem em mãos. Eu olho, sorrio, recuso. Eles fecham a cara, mas assim como o natal, minha esposa sorri pra mim.
- Do you like me?
- No.
- Ok, I'll leave you alone then...
- Why?
- Because you don't like me.
- You never asked if I love you...
- Do you?
- No, bye bitch!

sábado, 18 de dezembro de 2010

stacy's mom


She's all I wanted and I waited for so long,

Loucura solitária.

O vai-e-vem dos carros, o acende e apaga dos letreiros luminosos e a minha solidão.
A minha solidão e a minha barriga cheia em frente a loja de donuts. A minha solidão e meus quilos a mais.
A minha solidão e... A buzina!
A colisão me embaralha a vista. O vai-e-vem dos carros acaba e os gritos e os cacos e o sangue ofuscam qualquer outro ocorrido. A minha solidão cessa.
Agora são vítimas, machucados, paramédicos e ambulâncias. Um pouco depois o policial e também a prancheta na qual ele anotava mecanicamente tudo o que eu dizia.
"Você viu?", "Sim” eu respondi. E aí começou o riscar do lápis no papel, e as contorções de sobrancelha e os apertos de lábio.
Ele analisa tudo, relê, me fita e diz: "Terminou?"
"É" eu concordo com a cabeça "Terminei"
Três feridos: o motorista do carro, o cara da moto e um pedestre azarado.
O barulho vai diminuindo assim como o movimento. O policial pede licença e sai; os intrometidos conferem se a balburdia realmente acabou e só com essa certeza dão meia volta; a ambulância, os paramédicos, médicos e vítimas saem seguidos por olhares curiosos. E acabou.
Acabou o embaralho da  vista, os gritos e os cacos e o sangue.
Volta tudo:
O vai-e-vem dos carros, o acende e apaga dos letreiros luminosos, e a minha solidão - minha real companheira: minha incessante solidão.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Registro Memorável,

Eram poéticas, aquelas margaridas. Mas só as margardas. Não havia lá, no meio, um casal aos beijos, e nenhum fiel amigo cachorro correndo ao encontro de seu dono, eram só as margaridas. E aí acabava a poeticidade do lugar.
Mais alguém compartilhou minha opinião. Um homem parou, na frente daquele campo florido, observá-lo. Ele largou o cigarro, apagou-o no chão. Andou, procurando algo - eu cheguei a pensar que havia passado da conta com o conhaque - ia e voltava, sempre insatisfeito. Por fim: parou. Eu esperei.
Ele, cuidadosamente, se desvencilhou da câmera que carregava presa ao pescoço e mirou-a, em direção ao jardim. Fotos com flash, ou sem. De diferentes ângulos e lugares. Ele terminou, virou, saiu.
Continuei ali, a observá-las, por um dia todo, e ninguém chegou pra ver. Passado um tempo, as flores com miolos esbugalhadamente amarelos continuavam tão lindas quanto antes e eu, parada ali, quebrava a visão.
Me julgando pouco bela, decidi abandoná-las, deixá-las tão tudo quanto antes. Sem a minha presença intrusiva: poéticas.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Corredor 119,

Eu me perco nos labirínticos e estreitos corredores da biblioteca. As prateleiras altas e as escadinhas apoiadas nos cantos. As mesas vazias e as poltronas gastas. O silêncio.
Tudo isso me encanta.
Sabe, há muito tempo que os livros não são organizados: didáticos, literatura nacional, física, biologia e ficção; tudo junto.
Isso faz bem.
A bibliotecária, velha e sonolenta, não liga, ou não vê. Eu pego, devolvo, mexo e ela continua calada. E chego: sorrio. Eu saio: sorrio.
É bom imaginar o número de tesouros que há ali, naquele mundo de papel. Eu penso quantas são as histórias, e os assassinatos e os mistérios desvendados.
E os novos mundos, e os seres incríveis e as invenções mais bem boladas de todos os tempos, que, na real, ou não existem, ou ninguém dá valor.
Agora isso está na moda: não dar valor.
Eu sempre percebo isso quando vou à biblioteca. Vazia, vazia, vazia.
Eu gosto, é claro. Tenho a chance de desvendar tudo aquilo, de conhecer... Eu me realizo, me delicio a cada segundo. Pode parecer bobagem, mas melhor do que qualquer coisa é subir, pé ante pé, nos degraus instáveis e, em uma tentativa cega pegar o que estiver por ali.
Minha última descoberta foi um Atlas. Ah, eu devo ter gasto umas boas três horas com aquele livro grande de capa verde, e, quando dei por mim, ao meu redor, mais uns cinco.
- Esses, por favor. - Eu disse saindo.
Ela concordou e nem anotou, acho que há mais de ano só eu vou àquele lugar e desfruto daquelas coisas.
Um dia, no corredor 119 eu olhei pra trás e vi, todos aqueles caminhos. Eu imaginei quanta gente se perdera ali, algumas, quem sabe, jaziam entre as prateleiras 57 e 58, hipóteses...
Então eu dei meia volta, segui reto até à mesa de sempre e encontrei o globo. Eu queria conhecê-lo, não só ali, naquela esfera pequenina, mas, sem uma escala numérica, sabe? Ao vivo e a cores. Eu queria ver de perto o globo, e as histórias e os livros. E eu seria mais uma personagem daquela loucura que era. Que era a vida.


Família animal,

Eu me sinto mal. Olho ao redor: todas as outras crianças não se acham crianças e também não se vestem como eu. Minhas roupas engomadas e a gravata bem passada; lancheira em mãos. Os outros? Calças jeans descoladas, tênis maneiros e mochilas tecnológicas ou coisa do tipo.
No canto eu e meu pêssego curtimos o recreio. É, se mais alguém for capaz de conviver comigo me surpreendo, normalmente é assim: eu e meu lanche numa das extremidades do pátio.
Minha mãe é engraçada. É a única mãe que trata alguém como eu como criança e que engoma minhas roupas e passa as gravatas. Além do mais, cada dia da semana ela manda uma merenda diferente. Ela é engraçada.
Sabe, seus vestidos são daqueles que vão até o pé, e minha irmã sempre está ao seu lado, puxando a barra.
Ela puxa, puxa e puxa, até chamar a atenção. Então mamãe a segura, e a balança no colo e ela sorri e mexe nos cabelos desgrenhados da mulher.
Atrás das duas, e à minha frente sempre que saímos, meus irmãos: John e Josh. Eles não são gêmeos e eu tenho uma forte teoria de que eles são adotados. Por mais estranha que eu seja, e que minha mãe seja e que minha irmã seja, eles superam. Combinam laranjado e azul e amarelo e rosa com sapatos sociais e sorriem para todos. São travessos com meu pai e estão sempre de castigo.
Meu pai se zanga com meus irmãos, castiga-os e desconta em mim. Tudo está errado. Sempre errado. Mas eu não acho. Na verdade: ele está errado.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Ross: Intelligent and proud about it to the point of exhaustion.
Joey: He’s a giant teddy bear who feels empathy so strongly that he tends to mirror the feelings (fictional or not) of anyone around him (inanimate or not)
Chandler: He’s overcome several commitment phobic obstacles and when push comes to shove, he bears his heart right out in the open and hopes for the best. 
PHOEBE Hello, street smart Luna Lovegood. 
Monica: Ruthlessly competitive and obsessively compulsive about having things her way or not at all. She’s not afraid to cheat and manipulate, however subtly, to get her way.
Rachel: Brave enough to attempt to move to a new city and start her life over from scratch. Twice. She’s fiercely protective of her friends and family, as well.

É uma pena,

MTV pós restart...

Quero uma polaroid interna,

Momentos. Momentos. Momentos. Se meus olhos fossem câmeras em alta definição, ah... Mas não. Na minha memória, não os mais belos, os mais fortes. Não a perfeição, mas os defeitos, os erros. Nós podíamos sim ter uma memória seletiva. Guardar o pôr-do-sol e esquecer a desgraça alheia. As perdas, os danos, os "erros de fábrica", esses sempre chamam mais atenção. É claro que os risos, as vezes sem intenção quem apaga da nossa mente é o álcool, os beijos, as pessoas. Nós nem lembramos. O gosto do nosso primeiro chicletes ou picolé. Mas sempre tem aquela lembrança do gosto de sangue de quando caiu o primeiro dente. O primeiro filme, que nada, na nossa cabeça só os mais desastrosos e medonhos, aqueles que encalacram em nós. Como uma cola permanente lembramos da primeira desilusão amorosa, das primeiras promessas quebradas, e daquela amiga filha da puta que nos traiu... O gosto da couve que nossa mãe nos obrigou a comer. Mas a gelatina e o primeiro namorado ficam no fundo, estão ali, mas invisíveis, imperceptíveis a nós. Como tudo o que é bom.

Don't you wanna feel?
Eu queria bagunçar seus cabelos e colocar meu corpo junto ao seu. Mas você é meio viadinho...

Droga da vida,

Eu não posso deixar que minha maré de frases se esgote, muito menos trocá-las por duas ou três palavras: meio ditas, meio subentendidas. Com mais livros, com mais letras, mais orações, junções e conjunções. Crônicas, contos, poesias, poetas, sonhos. Com mais vida. Eu queria fazer com que todos, cada um, sem exceção, tivesse uma overdose, se picasse com o líquido preto do tinteiro e começasse, desesperadamente, tentar se livrar, extravasar no papel tudo aquilo que quer, que pensa, que acha e que diz. Talvez mais ainda, aqueles sonhos mais solitários e escuros. Aquelas ideias mirabulosas, não aceitas por ninguém. Aquele segredo mais íntimo. Tudo pode virar farsa, ficção, história, e ao mesmo tempo ser real, verdadeiro.
Façamos com que o mundo deixe de ser essa pobreza literária em que vampiros brilham e só podem ser mortos se cortados em pedacinhos e queimados. Façamos obras de arte. Sejamos todos melhores. Façamos tudo como quisermos. Briguemos! Exijamos que tudo(!), tudo(!), tudo(!) vire realidade, e que sejamos os melhores. A geração pródiga e tanto esperada. Vivamos e provemos que somos capazes!

Amendoim e cama,

Ela descascava os amendoins com a mesma velocidade que os jogava goela’ baixo. Era mais fácil fazê-los descer com a cerveja.
Não importava muito os olhares voltados, e nem aquele cara no canto do bar fumando um, porque se importar? A vida era dele, se ele queria estragar tudo, ou se divertir, tanto faz.
Afinal, se ela estava se sentindo mal, tudo era sua culpa, dizer que o erro foi da outra, 'ah, foi mesmo!' ela queria gritar. Mas até onde ia a razão, não ia. Aquela história toda era irracional.
Porque se importar com algo que mal começou, que... que... era ilusão.
Mas o ego, o ego dava agulhadas em suas costelas fazendo-na sentir cada vez mais incapaz de dizer um 'eu te desculpo'...
então ela continuou mastigando os amendoins, e continuou bebendo cerveja.
Se levantou e foi para casa.
- Olá
- Oi, tá tarde.
- É, eu sei - Ela não sabia, não importavam as horas, ela não lembrava muito bem quem era o cara com quem falava: ela estava com sono e sua visão tornara-se turva.
- Vou dormir.
Ela deitou e não esqueceu nem lembrou nada: nem porque fora ao bar e nem quem era o maldito colega de casa.
Era assim, ela não se lembraria.
Ela fechou os olhos novamente e descansou.

Respeito,


love who you want to love, be you!

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Fruto proibido

Sou muito exigente quanto a maçãs e um tanto quanto desleixada com os saquinhos plásticos - confesso.
Minha mãe sempre me manda pegar as frutas, e, sabe... Laranja, mamão, manga, vai... Mas a maçã... Ela precisa ser fuji, a gala é insossa e, dentre a que eu escolher, pego as mais feinhas, são as com menos fertilizantes e as mais saborosas e doces. Eu devo perder uma boa meia hora lá, em frente a plaquinha de preço por quilo, procurando maçãs, tiro todas e pego as do fundo, ou não. Procuro as mais 'menos bonitas' e parece um processo sagrado esse procura-e-acha de fruta. Escolhidas, eu sorrio.
Chegando em casa: nada de cuidados. Rasgo plastiquinho por plastiquinho com prazer, sem dó. Eles depois fazem falta, são também sacos de lixo, são mais práticos. Mas na hora de desfazer os nós, tirar as frutas, dobrá-los... Cadê a praticidade?
Então fico assim: com muitas maçãs e nenhum plástico.
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quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Cinco letras.

Ela sorri. Ela nasce. Ela fala que fala, e ri.
Ela cai e levanta.
Ela sorri.
Fala, fala, nasce e ri.
Julia:
Julia Maria,
Julia prima,
Julia irmã.
Julia essa amiga.
Pré disposta, pró ativa.
O futuro a Deus pertence.
E ela ali... não se importa: sorri.
Chuva, sol, chuva e tempestade.
Sempre ali.
Julia:
Julia Maria,
Julia prima,
Julia irmã.
Julia essa amiga.
Você pensa que conhece,
o mundo que lhe entorna, e daí...
Nada como uma Julia.
Julia que canta, e que dança e que brinca.
Que não faz nada: é criança!
Julia:
Julia de pai, Julia de mãe e Julia de fé.
Ela sabe da vida, ou não:
só imagina como é.
Ela canta, ela dança e ela brinca.
E eu olho.
Ela cresce.
Eu já cresci.
Julia:
Julia Maria,
Julia prima,
Julia irmã.
Julia essa amiga.
Ela sorri. Ela nasce. Ela fala que fala, e ri.
Ela cai e levanta.
Ela sorri.
Fala, fala, nasce e ri.
Julia ao lado, Julia aqui.

sábado, 13 de novembro de 2010

Sem sinal.

Tenho medo de ser petulante, de morrer sozinha e perder meus amigos - que nem sei se tenho. Talvez eles já tenham ido e eu nem tenha me dado conta, talvez eu não me dê conta de nada.
Minha mãe dormiu e isso é sinal de que não vamos mais ao cinema, não vamos fazer nada. Há cinco dias que não saio daqui a não ser para ir ao colégio. Colégio... Colégio... Colégio me mata, me cansa. Gente falsa igual. Sorrisos falsos iguais e assuntos falsos do mesmo modo.
Eu devo estar passando por uma crise de identidade, ou coisa do gênero: nada me afeta, nada me surpreende: O mundo é uma coisa a parte, uma televisão ligada e eu só assisto, zapeando sem parar: procurando algo que preste e não me contentando. Nada presta.
Quer saber? Desligo a TV.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Máquina de clonagem, vulgo: MUNDO

Loira, olhos azuis e corpo desenhado. Sorriso com os dentes a mostra, todos eles brancos e impecavelmente retos. Roupas de última moda, seguindo tendências. Cílios estendidos, olhos contornados, bocas desenhadas, bochechas avermelhadas e imperfeições corrigidas.
- Ei, você!
- Eu?
- Eu? - várias exclamações em coro - Eu?
- Não, você aí: loira, olhos azuis, salto alto.
- Eu?
- Eu? - de nada adianta, todas olham: são iguais.
É uma ditadura, e sempre será assim, a única coisa são os cabelos lisos que podem ser ondulados e as bolsas pequenas que na próxima temporada serão sacos.
Eu quero renovar, raspar a cabeça e entrar em uma trupe de teatro, quero usar outras roupas, matar o cor-de-rosa. Quem sabe eu ande por aí com um nariz de palhaço - inovação - ou auto afirmação.
Mas... Se... Se eu tentar ser, ou melhor: não ser... Ser outra coisa e não ser o que todos são. Eu vou estar sendo o que alguém já é. O que alguém já teve a idéia. A originalidade acabou, tudo já foi experimentado e eu esperei, perdi minha chance.
- Ei, você! - alguém grita.
- Eu? - eu e mais várias garotas respondemos.
- Não, você aí: a loira, olhos azuis, salto alto.
- Eu? - Nós repetimos. E tudo continua igual, ninguém quer saber quem é quem, ninguém se importa. Clones influenciáveis. A Lady Gaga não faz nada que a Madonna já não tenha feito e a Miley não supera nenhuma Britney Spears. A vida é assim, você não vai ser melhor, você só é... Só é... Igual.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Divagância louca.

- Eu não gosto de gente.
- Você é gay?
- Eu não disse que não gosto de mulher, é uma coisa geral.
- Tem louco pra tudo... Gosta do que então?
- De música.
- E quem faz as músicas?
- Gosto de filmes também.
- E quem os faz?
- Mas eu não ligo. Eu gosto das coisas por si, e não por quem as fez, que as faz e quem as fará.
- Impossível.
- Eu quero fazer músicas e filmes.
- Porque?
- É muita hipocrisia eu só gostar de mim.
- Você gosta de você?
- Sim.
- Mas você não gosta de gente.
- Sim.
- E...
- Por isso hipocrisia, eu chego a me enganar.
- E porque fazer filmes?
- Não gosto de quem faz filmes, não gostaria de mim.
- Mas você não gosta de gente - em um plano geral - e gosta de você. Vai ser igual com os cineastas.
- Não.
- Como você sabe?
- Eu não sei. Mas eu quero fazer filmes.
- Faça.
- Não é fácil. Eu preciso de uma história.
- É, é verdade. Pensa em alguma?
- Não.
- Mas afinal, porque não gosta de quem faz os filmes?
- Também não gosto de quem faz as músicas.
- Sim, porque?
- Você gosta?
- Sim.
- Eles estragam as histórias originais, eles iludem, eles cortam, eles magoam, eles mentem.
- E você quer isso?
- Quero não gostar de gente. Em um plano geral.
- Faça filmes.
- Eu quero.
- Eu sei.
- É difícil, preciso de uma história.
- Eu lhe faço uma.
- Ela é boa?
- Muito.
- Que bom! É mais fácil de estragá-la.
- Porque estragá-la?
- Para ser igual aos outros, pra me odiar.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Benção.

O barquinho de papel flutuava no superfície de uma poça, esquecido.
- A chuva parou.
- Fique mais um pouco aqui.
- Mas mamãe... Eu quero fazer brincadeiras...
- Você pode pegar uma pneumonia.
- Não, eu posso brincar.
- Não filho, por favor...

Depois de uma segunda chuva, no mesmo mês, ninguém esquecera barquinho nenhum, eles nem ao menos foram feitos.
- Vou sair.
- Mas mamãe, está chovendo.
- É exatamente isso que eu preciso.
- Uma pneumonia?
- Não, lavar a alma.

domingo, 31 de outubro de 2010

Pra ser sincero:

Pra ser sincero não espero de você,
Mais do que educação
Beijo sem paixão
Crime sem castigo
Aperto de mãos
Apenas bons amigos...


Pra ser sincero não espero de você,
Minta
Não se sinta capaz de enganar
Quem não engana a si mesmo


Nós dois temos os mesmos defeitos
Sabemos tudo a nosso respeito
Somos suspeitos de um crime perfeito
Mas crimes perfeitos não deixam suspeitos


Pra ser sincero não espero de você,

Mais do que educação
Beijo sem paixão
Crime sem castigo
Aperto de mãos
Apenas bons amigos...

Pra ser sincero não espero que você
Me perdoe
Por ter perdido a calma
Por ter vendido a alma ao diabo

Um dia desses
Num desses encontros casuais
Talvez a gente se encontre
Talvez a gente encontre explicação

Um dia desses
Num desses encontros casuais
Talvez eu diga, minha amiga,
Pra ser sincero, prazer em vê-la
Até mais...


Nós dois temos os mesmos defeitos
Sabemos tudo a nosso respeito
Somos suspeitos de um crime perfeito
Mas crimes perfeitos não deixam suspeitos



                       E eu continuo acreditando cegamente nessa filosofia.
                                                      Engenheiros do Hawaii.



                            

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

12 sinais de que você está amando, opa, 12 sinais de idiotice, boa, é claro.

Doze: Você anda realmente devagar quando está com ele.
Onze: Você fica tímida sempre que ele está por perto    
Dez: Você sorri quando escuta a voz dele    
Nove: Quando você olha para ele, não vê as outras pessoas que estão em volta, só ele.    
Sete: Ele é tudo em que você pensa.    
Seis: Você percebe que está sempre sorrindo quando está olhando para ele.    
Cinco: Você faria qualquer coisa só para encontrar com ele    
Quatro: Enquanto lia isso, tinha uma única pessoa na sua mente.    
Três: Você simplesmente sorriu pois é verdade.    
Dois: Você estava tão ocupada pensando nele que nem percebeu que o número oito está faltando.   
Um: Você subiu até onde deveria estar o oito e agora está silenciosamente rindo de si mesmo.

Oportunidade única.

Não é amor, isso eu deixo claro, é claro. Mas não é só ilusão, é, tá bem, da minha parte, talvez seja . Mas o que custa sorrir? 'olá', conhece? Não, nem você, nem eu, nossos egos são bem maiores que isso, eu não nasci pra declarações e você, ah, você não nasceu pra se divertir, me desculpa, é verdade.
Você quer tudo nos eixos, muito sério.
Ou você engana, engana. O que seria bom, ou não. Porque, e se, e se eu acreditar, e cair, e, puta que o pariu, ficar ali?
Desculpa não é meu mundo.
- Oi, quer que eu leve sua mala? - Era um jeito de cnseguir um sim, de sei lá, ah, à merda, por favor.
- Brigado.
- Nada.
A minha parte eu já fiz, e você fica parado olhando, só olhando. E daí? Vou precisar te agarrar? Não faz meu estilo, perdão.
- Vou descer nesse ponto. Sua mala - Eu entrego a mochila e as chances que eu te dei. Desço do ônibus e vou.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Como já dizia Rita Lee: "Eu sou a ovelha negra da família".

Às vezes não resta nada possível, nada plausível e a gente opta pelo incomum, na verdade, pela única opção.

Círculo vicioso.

- UHUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUL
- Hm?
- Quer saber uma história triste?
- Não.
- Idiota, vou contar igual.
- Ok.
- Eu só me fodo.
- Que bom.
- É sério.
- É?
- Não. Idiota.
- Que bom.
- Não é. Eu só me fodo.
- É?
- Não, ha ha.

Expresso Paraíso, Partiu.

- Lexie... Lexie... Corra!
- Ai, dói muito.
- O que houve?
- Eu caí da escada.
- Mas.. E veio parar aqui?
- Pelo jeito foi forte.
- É, é o que parece.
Silêncio.
- Enfim, corra.
- Não consigo.
- Você vai perder, o expresso sai daqui três minutos.
- Eu não pedi café.
- Ah criança... Expresso é o mesmo que trêm.
- Ah tá. Ei, espera! Eu não sou criança!
- Que seja.
- E você?
- O que?
- O que você é?
- Você não vê?
- Não.
- Corra, corra.
- Mas dói.
- Um minuto.
- Ai, ai, ai, eu já andei um monte, cadê?
- Faltam uns dez minutos.
- Pro trêm sair?
- Pra você chegar lá. O trêm sai em um minuto e meio.
- Ah, droga! Não vou chegar!
- O tempo aqui e lá são diferentes.
- Impossível.
- Corra.
- Dói.
- Corra.
- Dói.
- Corra.
- Porque não me leva?
- Porque seria injusto.
- Porque seria injusto?
- Porque eu estaria ajudando.
- E daí?
- Que se ajudo um, ajudo a todos. É assim.
- Não é não.
- É.
- Preguiçoso!
- O trêm partiu.
Pluft.
- Ei, cadê você?
Silêncio.
- Quem é você?
- Corra.
- Você é tão chato quanto o outro cara.
- Não.
- É.
- Eu sou bem pior.
- Não também.
- Corra.
- Dói.
- Corra.
- Cansa.
- Desça.
- Não.
Pluft.
- Aonde eu estou?
Silêncio.
- Ei! Aonde eu estou?
- MUAHAHAHA.
- Quem é você?
- O Coisa Ruim!
- Não vai me mandar correr?
- Não.
- Eles são piores que você.
Pluft.
- Ei, eu conheço você. Você não me carregou.
- Ai, ai, ai, meu Deus Cristinho.
- Preguiçoso.
- O que está fazendo aqui?
- Ele me mandou de volta.
- Ele nunca manda.
- Mas me mandou.
- Caso perdido.
- Preguiçoso.
Pluft.
- Coisa Ruim!
- Socorro.
Silêncio.
- Ai, ai. Dói. 

Vício.

- Uma cerveja amanteigada.
- Não tem.
- Um suco de abóbora.
- Não tem.
- AVADA KEDAVRA!

domingo, 24 de outubro de 2010

Socação de memórias, vulgo falta do que fazer.

Eu abro minha caixinha de tranqueira e miudeza, aquela que eu escondo embaixo da cama pra minha mãe não tacar no lixo. A minha pedra da amizade com o X e o N tá lá, ela nem era especial, uma daquelas de calçada, a gente chutou ela durante umas três horas na rua, até foder o pé feio. Meu vinil do ABBA, our last summer, dancing queen, eu lembro quando isso bastava, quando eu não precisava de mais nada. Um pé de all star, só um. O outro eu tinha perdido, na verdade foi o que eu disse. Eu fui numa fazenda e pisei numa bosta, eu teria que lavar e pá pow, decidi deixar de lado, mas não tive coragem de jogar fora o intacto. Um anel quebrado, um anel da amizade, e a chave e o cadeado do meu diário com a minha melhor amiga da sexta série. Tudo isso eu via. Uma carta do meu pai e uma do meu namorado de infancia. Um desenho psicodélico um pingente verdinho. Eu tirei tudo isso, amassei. Juntei um dado que restara no fundo. Tudo aquilo virou uma massa disforme, sem significado algum pra qualquer outro. Mas pra mim, não. Pra mim aquela era uma bola, uma massa disforme de lembranças. Que eu até podia jogar no lixo, mas que eu nunca esqueceria.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Lição de vida.

Todo mundo vai, por regra - é provado cinetificamente (mentira) - quebrar a cara seis vezes na vida. Duas com 'amores', que na real, não vão ser amores de verdade, serão uns idiotas. Uma relacionada à alcool, outra relacionada à vontades proibidas. E duas - três se você for muito sensível - com amigos. Aprenda, arranje uma força descomunal, e não espere não sofrer, vai doer demais, mas se você estiver esperando, talvez cure mais depressa.

PAPAPAPAPAPAPARTY EVERYDAY




I'm so drunk.. so... you're so hot.
It's for you, undestood or I need to draw?
Lembrar. Lembrar do passado com uma música, com uma carta, com uma memória. Revirar a caixinha que é a nossa cabeça e achar um bilhete, lá no fundo, com uma piada particular, rir sozinho. Ler uma crônica, uma poesia, um livro e sonhar com um dia perdido no passado. Ver antigos amigos e sentir falta de conviver com eles. Achar fotos, chorar. Fazer uma limpa no guarda-roupa e encontrar uma daquelas peças velhinhas, ressucitá-las, e, ao usá-las, lembrar de quando fora comprada, numa lojinha no centro, ou em um brexó na vila.
Ver um terço, lembrar de quando eu ia na missa e ficava batendo os pézinhos no azulejo, vendo quantas cores tinha. Anéis, colares e pulseiras. Presentes. Saudade. Vontade. Pra não sofrer: esquecer.

Banho.

Choveu, choveu muito. Em toda a cidade as pessoas voltavam a suas casas. O trânsito estava louco, mas, chegando a noite, a cidade que costumava não dormir, estava silenciosa, deserta.
As pessoas deitavam, se cobriam, viam filmes, tomavam chocolate quente ou liam em frente a lareira. Alguns jantavam e outros conversavam alegremente.
Na rua X não se via niguém, nem os estudantes que faziam um bico entregando jornal, nem os jovens que iam ao café, e nem aqueles que iam ao beco se drogar. As luzes se apagaram: breu.
"Aaaaaaaaaaaaah, que delícia" alguém gritou e o silêncio voltou a reinar. 5 minutos.
"Ai ai" ouviam-se suspiros "Fazia tempo que eu precisava lavar a alma"
A luz da primeira casa se acendeu, e da segunda, e da terceira, e da quarta, e assim por diante.
Todas as janelas estavam iluminadas e com rostos curiosos, e todos tinham os olhos vidrados emuma imagem.
Na imagem de uma menina - mulher, com espírito de criança, de moleca - que deixava a chuva cair, e sentia a pureza que infiltrava e sentia falta. Falta de ser criança, de ser alguma coisa, de ser alguém, de ser.
Os livros não mudam o mundo, quem muda o mundo são as pessoas. Os livros mudam as pessoas.
Pessoas iguais não combinam, as diferentes também não. As primeiras transformam a relação em uma competição, dividir bandas preferidas e livros é difícil. As segundas ficam mudas, tem apenas algumas coisas sobre o que falar, discordam. Ninguém nasceu pra ninguém. Não é por isso que você não vai ser feliz, esse é apenas o motivo de você ficar só.

domingo, 17 de outubro de 2010

Intimidade.

Tenho ciúmes, ciúmes dos amigos, ciúmes da minha mãe, e da comida dela também. Ciúmes do meu canto no sofá e dos meus filmes preferidos, dos cd's e discos do armário e das coisas de dentro da minha mala. Tenho ciúmes da minha bagunça, da minhas roupas e dos meus livros. Ciúmes da minha personalidade, que era, até então, só minha. Tenho ciúmes dos meus personagens favoritos, das minhas bandas e filmes. Ciúmes daquela crônica, que conta, praticamente, a minha história, que só se encaixa comigo, e alguém se descreve com ela. Tenho ciúmes do meu shorts de estimação e do meu cachorro de pelúcia. Ciúmes da minha mantinha quentinha e da minha prima gordinha. Tenho ciúmes da minha xícara e também da minha cadeira. Tenho ciúmes do meu celular. Ciúmes dos meus desenhos e redações. Tenho ciúmes de quem gosta de mim e de quem eu gosto. Ciúmes do meu número da sorte, da minha técnica e do meu treinador. Ciúmes do meu uniforme gasto, do meu moleton largo e daquela calcinha velha. Tenho ciúmes do meu nome, e do nome que meus filhos terão. Ciúmes da minha vó, dos bolos que ela faz e das musicas que ela canta. Tenho ciúmes de quem tem esses ciúmes. Eles são meus. Tenho ciúmes.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Obra prima.

Odeio quando não sei o que escrever, comocomeçar. Quando, em minhas histórias um "Ela disse: 'Olá'", significa, nada mais, nada menos do que um "Ela disse: 'Olá'". As coisas precisam ir mais fundo, elas precisam ser analisadas, e não simplesmente armazenadas.
- Rosie, desça comer.
Saco, saco, saco... Estou escrevendo... Não me entendem?!
- Estou aqui em cima... Comecei agora, já desço!
Eu ouço seus passos apressados na escada e sei que a porta abrirá.
Como previsto.
- Rosie... - é tom de súplica, eu reconheço. - Você sabe que é importante.
- Mas... Você sabe, há tempos eu não começo algo assim, eu nào escrevo já faz duas semanas!
- Leia.
- Não.
- Leia.
- Não.
- Mas eu preciso saber se está realmente bom.
- Está e não vou ler.
- Chega! Ou eu leio e é algo supreendente ou descemos jantar.
- Você não manda em mim.
- Você está agindo como uma criança mimada.
- E você está desperdiçando o meu tempo!
Ele desce.
Eu volto a datilografar tudo aquilo, não era nada excepcional, nunca foi... Eu não tenho talento, mas, ah... O que me custa tentar?

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Utopia.

Eu não sei se um dia já acreditei em toda aquela melação, aquela conversa fiada e aqueles joguinhos de amor. Na verdade, a palavra amor nunca me foi muito familiar. Passava, de vez em quando, e batia a porta, mas, ou eu era covarde e não abria, ou ela era tímida e se escondia. Aí eu ficava naquela, sem saber o que fazer, esperando que a campainha tocasse mais uma vez e que eu tivesse coragem de correr e abrir e sorrir e dizer "olá".


terça-feira, 12 de outubro de 2010

Confessionário.

The truth is that I never learn how to love. Do you wanna teach me?

Vontade própria.

De fora, ninguém via a cena como relamente era.
De fora, aquele homem magoado, nada mais era que um bêbado. Julgamentos... Ele estar dentro de um bar, tomando sua vigésima quarta dose não quer dizer nada. Não depois de passar pelo que ele passou.
- José - ele dizia ao dono do bar - Me vê mais uma - e o velho, compadecido, completava o copinho.
Uns outros senhores jogavam sinuca, e ouviram a história do rapaz.
- A Viviane - ele dizia - era minha mulher... Sabem?! a gente morava junto, e um dia, e um dia... - ele soluçava - ela me largou - Apressado, Seu José completou mais uma vez, e o mal-amado virou.
- Mas porque? - um dos homens da mesa de sinuca perguntou, enquanto esperava sua vez. E fez sinal, pra que o cara atras do balcão deixasse umas cinco rodadas por sua conta.
- Um homem, um filho da puta... Fazia tempo, sabe?! Ela me enganava, dizia que ia à padaria, à casa da mãe dela. E uma vez, uma vez ela foi ao mercado... E não voltou.
O homem, já tendo afogado suas mágoas e secado suas lágrimas ia indo embora.
- Espere, espere - Seu José dizia, trazendo um cobertor e um travesseiro nas mãos.- Durma por aí.
Ele se acomodou numa mesa e colocou os sapatos sobre uma cadeira. Deitou e dormiu. Assim.
Ainda de madrugada ele se levantou. Dobrou o edredom e colocou sobre a mesa, junto com o travesseiro e um maço de notas que ele não sabia o valor.
Saiu, esqueceu de fechar a porta, e foi aonde morava.
A luz da sala estava ligada, e ele conseguia - ou ao menos achava - que ouvia o barulho da televisão.
- VIVIANE, VIVIANE - ele gritou umas três vezes até ouvir a chave girar. Se escondeu atras de um carro estacionado por perto.
A mulher saiu e ele se levantou, ela estava de camisola, e, antes que pudesse vê-lo, ele viu que alguém a seguia. Era um homem, o filho da puta que ele tinha dito aos senhores do bar.
Ele viu uma pedra ao lado do pé, das grandes. Pensou em tacá-la na cabeça do sujeito, ou em outro lugar... Mas demorou muito, e os dois já estavam pra dentro.
Aos tropeços o homem chegou na casa da mãe, junto com o sol que ia nascendo. Entro quieto, não sabia o que estava fazendo, mas achava que sim.
Pegou a agenda que a mãe costumava anotar os telefones, e escreveu: "Eu te amo" aquilo era meio geral, pra sua mãe, pra viviane, e até pros homens do bar.
foi a garagem. Pegou a corda que costumava fazer seus balanços, em vão tentou colocá-la no pescoço, mas ele não sabia como se matar assim... Era covarde. E tinha memória fraca, o que vira nos filmes... Ih, já nem lembrava.
Ele voltou a casa e pegou a chave do carro, abriu-o e ligou. Abaixou o vidro e colocou ali seu pesoço. Apertou o botão pra subir.
E aquela foi a pior e a melhor sensação de sua vida. Ele não tinha mais preocupações, viviane... Mas ele também perdera tudo. Estava morto.

Proposta.

Pago cinco pila pra quem me der boas ideias, to em crise. (AAA) Vou dar piti.

Here I go.

DUMBLEDORE'S ARMY!

Dependência.

Café, café, café... Minha fonte de vida desde que você se foi. Dramático, você me diria. Mas não, você não faz a mínima ideia de como me sinto. Primeiro, me vicia, depois, esquece, e quer que eu esqueça também. Não é simples pra mim, e eu queria que pra você também não fosse. Antes era fácil me manter acordado, você fazia isso, e era bom. Agora, eu não posso dormir senão surge você, a sua imagem, na minha cabeça, nos meus sonhos. Aí eu recorro a cafeína, que me deixa de olhos abertos. Os livros, que antes me distraiam não surtem mais efeito, assim como os filmes e meus discos favoritos. Eu não quero te substituir, eu preciso de você. Você não entende. Nunca entenderá. Por mais que eu tente, o starbucks nunca vai ocupar o espaço que você ocupava, ou talvez ocupe. A dor que eu sinto não vai ser sanada por uma overdose de cafeína, ou talvez vá. Você nunca vai ser igualada à um café mocha gelado com creme e granulado, ou, quem sabe, seja.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

You need to know.

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Friendship should be always like that.
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And this is a real family: troubles and love.

Sorry.

I'm a weird fucking kid. Who cares, right?

Cross your fingers.

I wish you good lucky.

Dormir. Ou não.

O sono tá confuso. Ele vem, me domina por cinco minutos e quando eu vou, tento segui-lo, ele não está mais ali. Eu quero ficar acordada o dia todo, mas morfeu insiste em me levar. Café. Nada ou tudo, depende do meu humor, e do humor do meu sono. Ele é controlador, discordar dele não é uma opção, mas, e se... E se um dia, esse meu sono - e insônia - incessante, parar? Não importa em qual sentido, afinal, isso tudo, é uma via de duas mãos, certo? Tanto eu posso sonhar de olhos abertos como ter pesadelos de olhos fechados, ou ao contrário. Mas... E se... E se um dia eu não dormir mais? Ou não acordar?
Desculpa a falta de romantismo, mas, que eu me lembre, nunca contei os minutos pra ver alguém.

Deixa rolar.

Eu vou à um café, mais uma vez sozinho. E daí?! Quem se importa?!
Me olham torto, e eu me esquivo, cansei de ser colocado em um telão em frente a sociedade.
- O que o senhor quer?
- Um mocha, por favor.
- Mais alguma coisa?
- O jornal de hoje também.
Eu não precisava ter pedido, era questão de três ou quatro passos até onde estava, mas já que a moça se ofereceu...
É deprimente, até eu chegar ao caderno cultural ou a página esportiva é só desgraça. Um morre esfaquiado, o outro leva três tiros na cabeça, e um terceiro - infeliz desgraçado - se mata.
O que me aboba é a criatividade...
Tem gente que não basta se jogar do prédio, precisa se jogar de uma ponte e morrer afogado, ou pular comprido e cair no meio da rua, pra que, caso não morra na queda, um carro o esmague em três.
Ler sobre futebol é outra coisa, a minha sorte é que nem nervoso me dá, meu time tá longe da primeira divisão. Sempre que vejo o flamengo em baixa, lembro do Marquinhos - flamenguista roxo ( ou seria "vermelho e preto"?) - dizendo "time grande não cai..."
"Despenca meu amigo, despenca" eu completaria.
- O mocha - ela sorri e me dá uma piscadela ao sair.
Termino meu jornal e meu café. Espero as mesas vagarem e só sobrar a garçonete que me atendeu, ela está atrás do balcão com um pano, secando as mãos.
- Olá - ela se desvencilha do pano atrapalhadamente.
- Oi - passa as mãos no cabelo, deixando um vestígio de alguma coisa que estava presa ao seus dedos, ali.
- Licença - eu digo tirando e ela ruboriza. - Tem planos pra agora?
- Meu turno vai até as onze. Depois nada.
- Errado. Depois nós vamos ao meu apartamento.- Ela sorri
Eu a espero, mexo em alguns CD's e folheio revistas.
- Estou pronta.
Nós vamos até meu prédio, eu me bato com as chaves, o corredor cheira a mofo, assim como o resto da cidade, por isso não me envergonho.
Eu abro a porta... E... Bem... Agora vocês vão me dar licença que a noite é longa.

Saudações de aluado, rabicho, almofadinha e pontas.

Hogwarts será sempre um lar seguro para aqueles que lhe forem fiéis.
Não tem nada a ver com destino, muito menos coincidência. É pura sorte.