quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Amendoim e cama,

Ela descascava os amendoins com a mesma velocidade que os jogava goela’ baixo. Era mais fácil fazê-los descer com a cerveja.
Não importava muito os olhares voltados, e nem aquele cara no canto do bar fumando um, porque se importar? A vida era dele, se ele queria estragar tudo, ou se divertir, tanto faz.
Afinal, se ela estava se sentindo mal, tudo era sua culpa, dizer que o erro foi da outra, 'ah, foi mesmo!' ela queria gritar. Mas até onde ia a razão, não ia. Aquela história toda era irracional.
Porque se importar com algo que mal começou, que... que... era ilusão.
Mas o ego, o ego dava agulhadas em suas costelas fazendo-na sentir cada vez mais incapaz de dizer um 'eu te desculpo'...
então ela continuou mastigando os amendoins, e continuou bebendo cerveja.
Se levantou e foi para casa.
- Olá
- Oi, tá tarde.
- É, eu sei - Ela não sabia, não importavam as horas, ela não lembrava muito bem quem era o cara com quem falava: ela estava com sono e sua visão tornara-se turva.
- Vou dormir.
Ela deitou e não esqueceu nem lembrou nada: nem porque fora ao bar e nem quem era o maldito colega de casa.
Era assim, ela não se lembraria.
Ela fechou os olhos novamente e descansou.

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