Momentos. Momentos. Momentos. Se meus olhos fossem câmeras em alta definição, ah... Mas não. Na minha memória, não os mais belos, os mais fortes. Não a perfeição, mas os defeitos, os erros. Nós podíamos sim ter uma memória seletiva. Guardar o pôr-do-sol e esquecer a desgraça alheia. As perdas, os danos, os "erros de fábrica", esses sempre chamam mais atenção. É claro que os risos, as vezes sem intenção quem apaga da nossa mente é o álcool, os beijos, as pessoas. Nós nem lembramos. O gosto do nosso primeiro chicletes ou picolé. Mas sempre tem aquela lembrança do gosto de sangue de quando caiu o primeiro dente. O primeiro filme, que nada, na nossa cabeça só os mais desastrosos e medonhos, aqueles que encalacram em nós. Como uma cola permanente lembramos da primeira desilusão amorosa, das primeiras promessas quebradas, e daquela amiga filha da puta que nos traiu... O gosto da couve que nossa mãe nos obrigou a comer. Mas a gelatina e o primeiro namorado ficam no fundo, estão ali, mas invisíveis, imperceptíveis a nós. Como tudo o que é bom.
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